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Barulhinhos do silêncio


Todo livro de história tem também a sua história, e muitas vezes me perguntam de onde surgiram ideias, temas, motivação para escrever determinado livro. Como é que tudo começa? Bem, "Barulhinhos" foi o primeiro deles e, inicialmente, foi publicado na revista infantil da Editora Abril - Alegria e Companhia - que costumava definir sua pauta com base em datas comemorativas, temas específicos. Aliás, escrever para a Alegria e outras tantas revistas foi muito positivo. Exigiu de mim um jogo de cintura, uma agilidade não apenas para cumprir prazos, mas também para escrever para diferentes públicos. Desta vez, a revista seria sobre "sons". As matérias falariam sobre músicos, músicas, instrumentos musicais e o texto de ficção - que era um ponto alto da revista - traria o mesmo assunto. Foi texto encomendado. Então, pensando em como abordar tema tão vasto, lembrei de quando era menina e, no escuro do quarto, tarde da noite, às vezes, demorava a pegar no sono preocupada com "barulhos" que vinham da rua, do prédio, dos apartamentos vizinhos. A partir de minhas lembranças, construí o pequeno Hugo que até hoje encanta meus leitores por ter com eles algo em comum: o medo - ainda que de pequenos ruídos que não se sabe de onde vêm e, por isso, geram certa insegurança. A Editora Moderna transformou a história em livro e esta foi a minha estréia no setor. Livro, diferente de revista, tem vida longa. Bem mais longa. E sendo assunto não datado, comum a várias gerações, ele permanece vivo. Assim, Barulhinhos continua aí, firme e forte, sendo adotado nas escolas e criando um laço gostoso com pequenos leitores que encontram em Hugo alguém com quem têm algo a partilhar. Se antes eu recebia muitas cartas, agora são muitos os e-mails que me dizem que o livro continua provocando seus efeitos, ruídos, gostosos barulhinhos.

Em seu site http://www.moderna.com.br/catalogo/encartes/85-16-03143-8.pdf, a Moderna apresenta sugestões de atividades, ferramentas para que o professor possa trabalhar com o livro de diferentes formas, fazendo da leitura um ponto de partida. A leitura permite isso. Não se esgota em si mesma, estabelece relações com outras linguagens, outras artes, outros temas e se faz extremamente rica.

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